[Caturday]



e o Obama esteve em Columbus uma semana antes das eleições presidenciais. "e eu com isso?" você deve estar se perguntando. você com isso nada, mas eu curto o cara e, só para vê-lo, acabei parando em uma vizinhança onde o único lugar para comer era um Starbucks (eu não sou lá fã de Starbucks. meu negócio mesmo é o Tim Hortons). 

chegamos na região da Universidade bem cedo, pois nossa experiência no rally com o Bernie Sanders não foi muito bacana - ficamos quatro horas na fila e vimos o Bernie por 10 minutos. então, aproveitamos o tempo extra que tínhamos e demos um pulo na tal cafeteria. eu precisava de um expresso e de um copão de água. o Andy precisava comer alguma coisa e pediu um trem com bacon que o fez ir ao banheiro pelo menos uma cinco vezes naquele dia. cara, eu nunca vou entender o hype do Starbucks. quem explica?

pois bem, tomei o meu café, Andy comeu o lanche dele e saímos em direção ao lugar onde seria o rally. havia alguns manifestantes na área, por conta da construção de um oleoduto em uma região índigena em North Dakota (a construção foi cancelada na semana passada), mas mesmo assim, o clima era total de "Yes, We Can". a gente estava quase chegando, quando um vendedor ambulante pulou (literalmente) na minha frente. 

vendedor: I'LL GIVE TWO BUTTONS FOR FREE IF YOU GIVE ME THIS GLASS OF WATER.

(eu ainda tinha meu copão de água comigo)

eu: não, tudo bem. você pode ficar com água, não precisa me dar nada.

vendedor: não, eu faço questão. pode escolher dois buttons.

(acabei escolhendo o do Black Lives Matter e o Andy pegou um da campanha da Hillary)

vendedor: DO YOU HAVE KIDS?

(imaginei que, pelo fato de sermos casados, ele quisesse dar alguns buttons para os nossos filhos. eu sou mesmo muito tonta.)


vendedor: pardon me? 


Andy: no, we don't have tickets. 

7x1: "Do you have tickets?" foi a pergunta. Ele queria saber se tínhamos ingressos para o rally, sendo que para ver o Robama sequer era necessário ingressos. de qualquer forma, o Andy comprou dois, só para garantir. somos mesmo muito tontos.

[Whole Foods]


o Whole Foods é o meu lugar favorito quando quero comer "comida de verdade" e tô sem pique pra cozinhar. vocês já devem ter ouvido falar dele, porque é um supermercado hipster, que vende comida natureba e que os famosos adoram ir pra causar (tem esse causo da Katie Holmes que é muito bom). eu só fiquei sabendo disso depois. o Andy ia lá pra comprar tapioca flour, mas a gente descobriu um polvilho da Tailândia no mercado internacional daqui, que é tipo três dólares mais barato, e agora só vamos no W.F pra comer mesmo.

daí que certo Sábado, tô eu lá na fila pra pagar minha comida, quando uma senhora resolve me abordar. aqui eles gostam muito da tal "small talk", que é basicamente puxar assunto com qualquer pessoa, sobre qualquer coisa. eu sou de lua. tem dias que, beleza, vamos conversar e tem dias que eu tô "me deixa em paz, pelo amor de deus". pois bem, eu tava num desses dias de "sai daqui".

senhora: hi, have you lived in the Bronx?

(cara, a pessoa nunca me viu na vida e quer saber se eu já morei no Bronx? é a minha cara de Latina, só pode. ela certamente deve achar que eu sou parente de algum "drug dealer". mano, eu tô com fome. sério, me deixa.)

eu: nope, I never lived in the Bronx (but I know someone from there).

(a gente sabe que falou bobagem, quando a reação do receptor da mensagem é parecida com isso aqui)

eu: I'm sorry, what did you ask me?

7x1: a senhorinha estava segurando uma embalagem de comida parecida com a minha e queria saber se a tampa servia na caixa, porque a dela estava caindo. "does your lid fit on your box?". nada a ver com Bronx, nada a ver. golaço do camisa número 4 da seleção Alemã. 

[Sam]

chefe: que horas voce pode estar aqui amanhã?

eu: o mais cedo possível.

chefe: que horas?

eu: não sei, depende do horário do ônibus. eu posso pegar o primeiro ônibus, mas preciso checar qual é o horário dele.

(eu ainda não tenho carteira de motorista. o Andy até tentou me ensinar a dirigir, mas não rola. eu precisaria de mais umas dez outras mãos para dar conta de sair por aí com um carro. então, sempre que o Andy não pode me deixar no trabalho ou em qualquer outro lugar, eu pego o ônibus. o sistema de transporte daqui é bem ruim, mas isso é conversa pra depois)

sam, colega de trabalho que estava ouvindo a conversa, resolve entar ajudar: olha, eu vou estar aqui às cinco da manhã. posso passar na sua casa às quatro e meia e te dar uma carona.

(uma coisa que ninguém comenta, quando fala do povo daqui: eles são muito gentis. e aqui uma pessoa ser gentil com você não a transforma, imediatamente, em sua amiga. mas uma coisa é certa: eles não te deixam na mão. da outra vez, pedi para um dos meus chefes me ajudar a pedir um táxi e ele pediu para uma colega me trazer em casa)

eu: maravilha, combinado. this is gonna be a big help, thank you!

sam: not a problem, at all. see you in a couple hours.

eu: see you.

saí do trabalho às onze da noite, peguei o ônibus pra voltar pra casa (congelei por uns 20 minutos no ponto, com uma outra guria) e não dormi, com medo de perder a hora e fazer o menino esperar.

7x1: o Sam apareceu na loja às duas da tarde, porque colocou o celular para despertar às 3PM, não 3AM. tive que pegar o ônibus, que demorou pra sempre e eu, claro, cheguei atrasada. gol da Alemanha. ô Sam!

[hardlines]


freguesa: você consegue ler o que tá escrito aqui (freguesa me mostrando uma embalagem de batom)? 

eu: mais ou menos, o que a senhora precisa saber exatamente? 

freguesa: eu quero saber de onde é esse batom. 

(estudo o produto e concluo, com rapidez) 

eu: da China (did you mean "Tchina"?)?

freguesa: não, honey (ahaha, honey). eu sei que tudo é fabricado na China. eu quero é saber o nome da empresa que fabrica. 

7x1: a batom era da freguesa e ela queria saber a marca para tentar encontrar um parecido na loja. pergunta agora se a gente conseguiu descobrir.

Popular Posts

Like us on Facebook

Flickr Images