[então você é vegetariana?]

estava revirando umas fotos antigas e encontei esse registro de quando a minha sogra, em 2015, deixou 12 pés de alface na porta de casa, logo após saber que eu era vegetariana. 


que :) carinho :), não :) é :) mesmo :)?



[por aqui]

oim

estou respirando, então não posso reclamar (principalmente nesse país, se é que vocês me entendem).
os gatos estão bem.
o Andy está bem.
então tá tudo bem.

não saimos de casa desde Março. quer dizer, vamos ao supermercado e ao brechó, a cada duas semanas. sempre de máscara, sempre querendo esmurrar quem chega muito perto, sempre voltando pra casa com a sensação de estar com o VÍRUS no corpo. tudo muito horrível. 

o passeio, desde Março, é quase sempre o mesmo: passamos no mercado, pegamos nossa comida (encomendamos online), paramos no brechó e eu compro uns livros pra vender no meu sebinho. depois do trabalho, todo dia, tem encomenda pra empacotar. lojinha no Etsy e no Ebay. cada um tem o passatempo que merece/quer ter. cês tem passatempo? me conta qual?

aliás, cês acreditam que esses dias tava lá  um povo no Twitter brigando porque tem loja que manda pacotinho amor para as pessoas? 
ô gente, mas é muita falta de ter o que coçar, sinceramente.
cada um tem o passatempo que merece/quer ter.

desde Março.
cês acreditam?
2020 seria o ano de nossas vidas.
a gente ia fazer um super rolê. 
vários planos. um monte de coisa. 
ainda bem que esse ano temos um micróbio pra botar a culpa.
alô alô, graças a Deus.

larguei a terapia. eu sei da importância, mas ainda não era o que eu estava procurando.
continuo tomando meus remédios.
cuidem da saúde mental de vocês, por favor, e da de quem vocês amam.
até o Sebastião, meu gato, está cuidando da saúde mental.
ele está tomando XANAX. o tanto que isso é maravilhoso.

desde Março.
e meus vizinhos que estavam dando festa quase todo final de semana?
compraram uma piscina de plástico e todo final de semana era festa. piscina de plástico, música alta, churrasco, um monte de jovem. eu tava pra ter um AVC. 
virei a veia que toma a bola das crianças e chama a polícia. 
um baita gosto ruim pra música. eu não aceitava, de jeito nenhum. festa enquanto todo mundo está preso em casa e música ruim? inaceitável.
mais daí acho que o Andy (meu marido) contou para a minha sogra (meu marido é um fifi), que é dona da casa do lado (minha vida, eu sei), e ela acabou com a farra. hoje em dia não se sente nem o cheiro dos vizinhos. melhor assim. 

não se acostumem comigo aqui.
a culpa é do micróbio.
que venha a vacina, pelo amor.

[2020]

tô aqui me perguntando se ainda é possível criar conteúdo para a internet sem causar qualquer tipo de conflito nuclear.

vocês estão bem?

[menos a Luíza, que está no Canadá]

carnaval, né?






único carnaval possível é na horizontal, debaixo das cobertas, fazendo maratona de série que todo mundo já viu. quem é que assiste "Desperate Housewives" em 2019? eu tenho gostos peculiares, vocês não entenderiam.

vamos lá.

quem me acompanha/acompanhava nas redes, sabe que eu só sei falar sobre duas coisas: gatos e Cat Power (quem?). nada mudou, ao contrário: o número de gatos aumentou (hoje em dia tenho quatro felinos) e a loucurinha por Cat Power (who?) também. o Andy, inclusive, eu conheci por causa do amor incondicional que temos pela gata do poder (te contei que ela nos deu parabéns pelo casório, durante um show?).

então, depois de seis anos de espera, a bonita deixou todo mundo DAQUELE JEITO com a notícia de um novo álbum (escutem aqui a versão dela para 'Stay', da Rihanna). com o lançamento de 'Wanderer' veio também a agenda de shows e o Andy se programou para ir em alguns na região de Ohio. o primeiro seria em Detroit, que eu não quis ir por uma questão de fórum íntimo.



- tá tudo certo. só me manda uns 'text' de vez em quando, para eu saber que tá tudo bem e não ficar preocupada.
- combinando.

fiquei cuidando das varizes e lá pelas nove da noite peguei no sono. quando foi umas onze, acordei e vi que não tinha nenhuma ligação perdida ou mensagem de texto. bom, o show deveria ter terminado e o Andy já deveria estar dirigindo de volta pra casa. mas o combinado era escrever e avisar que estava tudo bem, não era? então. pra piorar, eu ainda estava traumatizada demais por causa do ano anterior. comecei a surtar.

- Li, tá tudo bem. o show acabou de terminar e eu estou no estacionamento. eu já ia te escrever. devo estar de volta lá pelas três, quatro da manhã... vou te avisando.

beleza. voltei a pegar no sono e quando despertei, três da manhã, chequei o celular e: ZERO NOTÍCIAS. ô saco. mas, ok, fiz a equilibrada e mandei uma mensagem pedindo sinal de vida. NADA. ô cacete. tentei ligar uma, duas, três, seis vezes. NADA DE ATENDER. mas que caralho? o equílibrio emocional deve ter durado uns dois minutos (recorde na história desse país), porque quando eu me dei conta já tava mandando foto ameaçando TACÁ FOGO na coleção de discos de vinil (ahahaha) se ele não me respondesse. NADA DE RESPOSTA. era isso: eu estava oficialmente viúva e só precisava começar a aceitar a realidade.



resumo da ópera: na ocasião, Andy usava um aparelho GPS do final dos anos 2000, doado pela mãe dele, depois do nosso ter queimado no acidente (conto sobre no post anterior). então lá em Detroit, quando ele selecionou a opção "home" pra voltar pra casa, de alguma maneira, o aparelho o levou até a ponte que faz fronteira com o Canadá. e, amigos, uma vez que você está nessa ponte THERE'S NO WAY de simplesmente desistir e voltar atrás: você tem que passar pela imigração canadense.

e é claro que a imigração achou que o Andy, com aquela cara e aquela barba, era traficante. além do mais, quem é que usa aparelho GPS dos anos 2000? ou melhor, quem é que usa aparelho GPS quando se existe WAZE? baita desculpa esfarrapada, eles devem ter pensado. 

só que enquanto os caras faziam mil perguntas e revistavam o carro do avesso, Andy tava era querendo perguntar para os policiais sobre a Joni Mitchel, que é canadense. "depois achei melhor não perguntar nada. vai que eles pensam que eu tô tentando desviar a atenção". sim, essa era a maior preocupação dele diante toda aquela situação. e eu em casa, pensando na vida de viúva.



sabe?

até sábado que vem, meus consagrados.

obs.: nenhum disco foi prejudicado durante a passagem do Andy pela imigração canadense.

[2017 foi um ano mais ou menos sem condições]

ahahahaahaha

Ô GENTE!

falei que ia voltar quando mesmo? final de 2016? rapaz, que ano foi aquele? por Deus. eu tava doida pra voltar, compartilhar os meus casos aqui na Obamaland e o que aconteceu? o que aconteceu foi um Neymar rolando atrás do outro em 2017. vem que a tia conta:

no final de 2016, eu voltei a trabalhar com a maravilhosa freguesia. mas diferente dos fregueses livrescos e da própria livraria, o trampo é mais mecânico, sem aquela coisa TODA de gente bonita, clima de paquera (aka bom papo/conversas construtivas/trocas de experiências bacanas).

fazia anos que eu não tinha a rotina massacrante de escritório, então o trabalho consumia aproxidamente 150% da minha energia. quando eu chegava em casa, tudo o que queria era me jogar no sofá até o dia seguinte (só fui descobrir a Márcia Fernandes e o banho azul esse ano. xô, encosto!).



então lá estávamos em meados de Abril, um dia antes do meu aniversário, quando eu já estava parcialmente acostumada com toda aquela vibe de firma, que a minha sogra apareceu DESESPERADA na recepção do prédio onde trabalho. chorando, ela tentava me explicar que o Andy havia sofrido um acidente. eu não conseguia entender exatamente o que ela estava dizendo e só registrei as seguintes palavras: accident + car + almost died + hospital. PRONTO. pulei no carro dela e fui chorando do escritório até o hospital. e não era choro contido, não. eu chorava TEARS IN SPANISH. o maior escândalo do mundo - a minha sogra, por um instante, esqueceu do filho e ficou preocupada COMIGO. ahahahah.  minha gente, eu esperava pelo pior, mas quando eu cheguei no hospital, e encontrei o Andy deitado em uma das enfermarias, a minha reação foi basicamente essa:


wait, WHAT?

gente.

o Andy tava lá na enfermaria e  realmente parecia não estar bem - ele tava meio/muito dopado. ENTRETANTO, PORÉM, TODA VIA, eu não vi: sangue, arranhão, aparelhos ligados, nada. GRAÇAS A DEUS?, mas cadê acidente? 

- Andy??????????? o que tá acontecendo????????????
- meu dedão.

(o dedão dele tava todo coberto)

- eu não estou entendendo?????????????????
- eu perdi o meu dedão com o cortador de grama.

MAS SERÁ O BENEDITO? isso mesmo. Andy arrancou METADE do dedão do pé direito, enquanto cortava grama. como? o cortador ficou emperrado em algum lugar e ele tentou parar a parafernalha com o tênis. (...) daí, claro, o cordão enroscou no motor, ele caiu, cortador passou por cima do dedo e foi aquele AUÊ na vizinhança de bombeiro, polícia, gritaria, tiro, porrada e bomba. sim, por pouco, ele não perde o dedo inteiro, o pé, a perna, a vida sabe? terrível.

terrível e já tava bom de tragédia, mas Deus é um cara gozador e 2017 ainda tinha um tanto de Neymar pra rolar. pouco mais de um mês depois do acidente, Sebastião, aquele gato maravilhoso, caiu de cama também. Sebas chegou a ficar noites e noites em diferentes hospitais, sem conseguir fazer xixi ou fazendo xixi com sangue. VEM METEORO, ETC. foram mais de dois mil FUCKING dólares com veterinário, corridas de Uber, remédios e o diabo. eu chegava no trampo exausta, de péssimo humor, porque não dormia (ou dormia debaixo da minha mesa durante o almoço) e só era capaz de funcionar com, pelo menos, um litro de café - até hoje, a minha fama na firma é de ser grossa. até parece. eu sou é maravilhosa.



passou Abril, passou Maio, Junho e Julho. dizer pra vocês que até hoje faço zero ideia de qual foi a corda que usei para dar conta do recado - eu tive que segurar muito firme. chegou Agosto e o Sebas, depois de um excelente tratamento urinário e dieta controlada, ficou melhor. também em Agosto, Andy já conseguia dirigir sem sentir tanta dor e podia me levar para o trabalho (quem estava fazendo o serviço sujo até então era a minha sogra). mesmo assim, achei que seria melhor perder o medo do volante e tirar logo a minha carteira de motorista. e foi o que eu fiz.

foi em Setembro, quando eu já estava dirigindo e TODA empolgada para comprar meu primeiro carro, que aconteceu: a caminho do trabalho (era a primeira vez que eu dirigia uma distância tão longa), sofremos um acidente com perda total do veículo. de alguma forma, eu consegui subir na guia e acertar um poste. galera, só deu tempo de sair do carro para ele começar a pegar fogo até explodir.

como é que alguém explode um carro? pelo visto, tudo o que você precisa fazer é acelerar, quando quem está no banco do passageiro está berrando: STOP! STOP! STOP!. aparentemente, o meu cérebro entendeu: RÁPIDO! RÁPIDO! RÁPIDO!. péssimas traduções do Google Tradutor. quem nunca?

Ô BERENICE.
o carro virou um monte de ferro retorcido
conosco, graças a Deus, o gozador que adora brincadeira, nada aconteceu.
valeu, Mestre.

sinceramente:
tinha condições de fazer qualquer coisa durante a trilogia 2016-2017-2018?
não tinha condições.



mas deu, né?

já estou 100% adaptada a todos os dramas de escritório, Sebastião está excelente e o último acidente que o Andy sofreu foi ontem, quando bateu o mindinho na mesa de centro da sala. meu inglês está melhor, mas ainda cometo umas gafes chocríveis. ou seja.

e digo mais: acabei de receber autorização (green card) para ficar mais 10 anos por essas bandas, então pode marcar esse SITE como favorito porque a vida aqui segue no ritmo 'todo dia um sete a um'. e pode MANDAR a galera a voltar a ler blog, sim. o BR só tá do jeito que tá porque todo mundo trocou BLOG por VLOG. ou vocês acham que eu não estou vendo GERAL seguindo o Felipe Netto? traíras da pátria (eu, inclusive. sigo a simpatia no Twitter).

é isso.
até Sábado que vem, combinado?
combinado.

(post dedicado a Tati Leite e a todos os meus amigos que estão sempre pedindo pela volta do blog. amo vocês).

[Glória]

ô, vem cá.

essa minha cara marrom causa muita estranheza e confusão por essas bandas. are u Mexican? Puerto Rican? Shakira Shakira?

quase todo mundo acha que a América Latina é só o México/Porto Rico e vice-versa. então, se você entra num mercado Mexicano ou em qualquer outro estabelecimento Latino/Hispano e não fala Espanhol, as pessoas podem achar que você é metida a besta por se comunicar em Inglês. não passa pela cabeça da galera que você pode ser Latina e falar Português. na verdade, a maioria das pessoas nem sabe que o Português existe.

pois bem.
dito isso, deixa eu contar pra vocês uma coisa que aconteceu:

a Eliana é uma moça que começou a trabalhar com a gente lá no escritório não tem nem um mês. dia desses, ela levou pro pessoal um doce (MADE IN MEXICO) chamado GLÓRIA (esse nome, eu sei). GLÓRIA é basicamente doce de leite de cabra com nozes e talvez seja a coisa mais próxima do Paraíso que existe na face da Terra. sem brincadeira, rolei na areia e fiquei louca, muito louca com o tal do doce.

daí, lógico, achei que seria SENSATO criar o meu próprio estoque de GLORIAS. lembrei, então, de um mercadinho Mexicano que eu sempre vou quando quero comprar produtos parecidos com os do Brasil e tenho dificuldade para encontrar, tipo suco de maracujá, massa de pastel, mandioca, etc. só que nesse mercadinho sempre rola climão quando eu peço alguma ajuda, afinal, não falo Espanhol e eles juram que o idioma do Almodóvar seja a minha língua materna e INSISTEM. como eu não estava num dos meus melhores dias, decidi evitar o conflito pessoalmente e liguei para o lugar.



mercadinho: HOLA
eu: hello, I'm looking for...

(a atendente do mercado desliga o telefone)

pensei: tá certo, a garota não deve falar Inglês e talvez esse seja um ótimo momento para eu tentar começar a falar em Espanhol? tirei o celular da bolsa e joguei lá no Google Tradutor "DESCULPA O MEU ESPANHOL, MAS VOCÊ TEM UM DOCE CHAMADO GLÓRIA?".

pedi pro Andy parar o carro para eu TREINAR a frase antes de ligar:

Disculpa mi español. ¿Tienes un dulce llamado Gloria?
Disculpa mi español. ¿Tienes un dulce llamado Gloria?
Disculpa mi español. ¿Tienes un dulce llamado Gloria?

o Andy não sabia onde enfiar a cara, tamanho o ridículo da cena. mas, enfim, eu precisava do doce. quando achei que já estava a Anitta do rolê, liguei novamente: 

mercadinho: hola!
eu: hola, desculpe mi español. usted tiene un dulce llamado GLORIA?
mercadinho: QUE?
eu: sorry, can I just speak in english?
mercadinho: si, si, un poquito.
eu: ok. i'm looking for this candly called GLORIA.
mercadinho: COMO?
eu:  a candy... gloria...
mercadinho: A CANDY? ES UN BOMBÓN?
eu: KIND OF. GOAT MILK AND NUTS.
mercadinho: UN MOMENTO.
eu: OBRIGADA!
mercadinho: OBRIGADA!

7x1: você voltou pra dizer se tinha o doce? a moça do mercadinho também não. nunca mais.

Popular Posts

Like us on Facebook

Flickr Images